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Imagine um mundo onde a batalha contra o câncer já não depende apenas de armas agressivas como a quimioterapia e a radioterapia, que, embora eficazes, muitas vezes cobram um preço muito alto para o bem-estar do paciente. A terapia imuno-oncológica (IO) inaugurou uma nova era ao aproveitar as defesas inatas do corpo para combater as células cancerígenas e já se mostrou eficaz no tratamento contra os cânceres de bexiga, de mama e colorretal, entre outros.
Como acontece com qualquer campo de vanguarda, o cenário da terapia IO é vasto e multifacetado. Vai além de uma abordagem singular, abarca uma rica variedade de metodologias e estratégias destinadas a aumentar a nossa resposta imune. De medicamentos que estimulam o sistema imunológico, que galvanizam as defesas do nosso corpo, a anticorpos monoclonais direcionados a proteínas específicas relacionadas ao câncer, a imunoterapia contra o câncer é uma área dinâmica em que a inovação não conhece limites.
Exploramos o abrangente CAS Content Collection™, o maior banco de dados multidisciplinar de documentos e substâncias compilados por especialistas, para descobrir as tendências e conceitos emergentes neste campo amplo e de rápido progresso. Recentemente, nota-se um aumento constante no interesse em imunoterapia contra o câncer. (Figura 1).
Explorando tendências emergentes em imunoterapia do câncer
Uma análise minuciosa dos dados provenientes do CAS Content Collection sobre imunoterapia contra o câncer nos levou a um conjunto de dados substancial que compreende mais de 350.000 publicações, abrangendo periódicos e patentes dedicados a esse campo. Esse esforço analítico exigiu uma abordagem meticulosa, começando com especialistas no assunto (SMEs), que elaboraram uma consulta de busca altamente específica. Em seguida, ocorreu o processamento de linguagem natural, que permitiu identificar frases e um rigoroso escrutínio manual pelos nossos SMEs para refinar as frases.
A pergunta que surge naturalmente é: o que esta análise abrangente de tendências revelou e que implicações aguardam o futuro da imunoterapia em oncologia?
Inibidores de checkpoint: a pedra angular da imunoterapia contra o câncer
Os inibidores de checkpoint imunológico desencadearam uma mudança transformadora no cenário da oncologia, oferecendo novas esperanças e alternativas para o tratamento de um espectro diversificado de tipos de câncer. Não por acaso, essas moléculas são objeto da maior parte das publicações.
Embora os inibidores de checkpoint imunológico, como o receptor de morte celular programada 1 (PD-1) e os inibidores do ligante de morte celular programada 1 (PD-L1), sejam amplamente utilizados na prática clínica, a pesquisa em andamento permanece cravada em duas frentes cruciais: desenvolver novos inibidores e desvendar os mecanismos por trás da resistência a essas terapias revolucionárias.
No entanto, o interesse nas diversas moléculas inibidoras do checkpoint imunológico não cresce de maneira consistente. Embora a pesquisa sobre moléculas como a indoleamina 2,3-dioxigenase (IDO) e a proteína 4 associada a linfócitos T citotóxicos (CTLA-4) mostre um crescimento aparentemente lento, outras como o gene 3 de ativação de linfócitos do receptor A2a de adenosina (A2AR) (LAG-3), o imunorreceptor de células T com domínios Ig e ITIM (TIGIT) e B7-H3 mostram potencial para um crescimento rápido no futuro. Assim, a nossa análise do cenário de tendências fornece informações valiosas sobre a trajetória deste domínio crucial da imunoterapia contra o câncer, enriquecendo a nossa compreensão de suas possibilidades.
Conjugados anticorpo-medicamento, vacinas e muito mais: explorando mais avanços na imunoterapia contra o câncer
A imunologia contra o câncer evoluiu rapidamente nos últimos 20 anos, e o tempo mostrou mudanças nos alvos emergentes (Figura 3). Uma compreensão mais profunda do papel do sistema imunológico no câncer levou ao crescimento de outras modalidades importantes de tratamento com imunoterapias, que vão além dos inibidores de checkpoint, dentre elas a terapia com células T do receptor de antígeno quimérico (CAR), os conjugados anticorpo-medicamento (ADCs) e as vacinas contra o câncer.
A terapia com células CAR-T envolve a modificação genética das células T de um paciente, permitindo-lhes reconhecer e atacar as células cancerígenas com antígenos de superfície específicos. Nos últimos anos, testemunhamos um rápido aumento nas publicações sobre células CAR-T, refletindo o ritmo acelerado de avanços, sendo que seis terapias com células CAR-T aprovadas pelo FDA já estão em uso (Tabela 1).
Nome | Antígeno-alvo | Ano de aprovação | Empresa | Doença-alvo | Número CAS RN |
Kymriah (Tisagenlecleucel) | CD19 | 2017 | Novartis | Leucemia linfoblástica aguda de células B (LLA) e linfoma não Hodgkin de células B (NHL) | 1823078-37-0 |
Yescarta (Axicabtagene ciloleucel) | CD19 | 2017 | Kite Pharma/Gilead | LLA de células B e linfoma folicular | 2086142-87-0 |
Tecartus (Brexucabtagene autoleucel) | CD19 | 2020 | Kite Pharma/Gilead | LLA de células B e linfoma de células do manto (MCL) | 2691112-12-4 |
Breyanzi (Lisocabtagene maraleucel) | CD19 | 2021 | Juno Therapeutics, Bristol-Myers Squibb | LNH de células B | 2099722-39-9 |
Abecma (Idecabtagene vicleucel) | Antígeno de maturação de células B (BCMA) | 2021 | Celgene Corporation, Bristol-Myers Squibb | Mieloma múltiplo | 2306267-75-2 |
Carvykti (Ciltacabtagene autoleucel) | BCMA | 2022 | Janssen Biotech | Mieloma múltiplo | 2641066-71-7 |
Tabela 1. Terapias com células CAR-T aprovadas pelo FDA.
Os ADCs surgiram como outra tremenda força para o arsenal contra o câncer. Aqui, uma abordagem orientada com precisão ocupa o centro das atenções, à medida que os anticorpos monoclonais se combinam com medicamentos citotóxicos para fornecer uma carga potente exclusivamente para as células cancerígenas. O cenário dos ADCs reflete o rápido avanço das terapias com células CAR-T, ostentando um portfólio com mais de 150 candidatos diferentes atualmente em ensaios clínicos, além dos 14 ADCs aprovados pelo FDC já em uso.
Vacinas contra o câncer trabalham programando o sistema imunológico para atacar células cancerígenas “estranhas”. Nossa análise do cenário de tendências destaca o crescimento contínuo dos ADCs e da terapia com células CAR-T, mais a identificação de vacinas contra o câncer como tendências emergentes, com publicações crescendo rapidamente nos últimos anos. Isso é uma prova da dinâmica por detrás desta abordagem inovadora, que tem o potencial de revolucionar a maneira de utilizarmos a imunoterapia contra o câncer em escala global.
A imunoterapia contra o câncer encontra a nanomedicina: uma mudança de paradigma
A eficácia das imunoterapias emergentes contra o câncer depende de elas conseguirem atingir com precisão os locais do tumor. Essa precisão é alcançada com sistemas de administração de medicamentos ou de células, um componente crítico para maximizar o impacto do tratamento e, simultaneamente, minimizar os efeitos fora do alvo. Além disso, os sistemas de drug delivery podem facilitar a distribuição simultânea de vários agentes terapêuticos. Isso abre a porta para efeitos sinérgicos quando combinados com outros tratamentos contra o câncer, como quimioterapia, radioterapia ou outras terapias IO.
Nos últimos anos, os avanços da ciência dos materiais e da nanotecnologia deram origem a vários nanomateriais. Embora as nanopartículas lipídicas tenham sido o carro-chefe na administração de imunoterapia, nossa análise do cenário de tendências indica desenvolvimentos promissores. Sistemas de administração pró-medicamentos, designs biomiméticos e nanopartículasrevestidas com membrana celular estão surgindo como nanotecnologias notáveis (Figura 4).
O futuro da imunoterapia contra o câncer: inaugurando horizontes promissores
No cenário em constante evolução da imuno-oncologia, a jornada está longe de terminar e ganha impulso a cada passo. A cada novo avanço, continuam sendo descobertos alvos e biomarcadores emergentes que são a chave para inovações emocionantes na terapia IO. Tais descobertas são empolgantes e uma prova do potencial inexplorado da imunoterapia contra o câncer.
Para saber mais sobre o cenário da imuno-oncologia que evolui constantemente, leia nossa publicação revisada por pares.